‘Decantarolando’ o amor

Adoro músicas dedicadas declaradamente a alguém. Aos filhos então, nem se fala.  Fiquei com muitas dúvidas sobre qual das que me lembro que cumprem esse papel eu poria. Tem a do Nando Reis “Zoé”, tem a do Boca Livre “Clara Ana”. Ambas muito fofas.

Hoje vou falar dessa da Marisa Monte a pedido do maridão. Mas deixarei as duas na gaveta para outra ocasião. (rimou! Acho que estou virando uma compositora! rs)

Mais Uma Vez

Marisa Monte

Mais uma vez eu vou te deixar, mas eu volto logo pra te ver
Vou com saudades no meu coração

Mando notícias de algum lugar…

Eu sei, que muitas vezes te fiz esperar demais
Mas mesmo na distância o meu pensamento voa longe demais
Fico imaginando você sofrendo na solidão

Quando eu vou deitar penso em você em seu quarto dormindo

Longe de você meu bem, longe da alegria
Longe de você meu bem, longe do nosso lar …. (2x)

Essa música me faz lembrar muito a minha amiga Simone, que cada vez que tem que viajar a trabalho sofre à beça…  Já é bem sacrificante para os pais de hoje em dia, passar o dia longe dos filhos, mas a noite tem aquele ‘consolo’ de jantar junto, colocar pra dormir, ou no mínimo dar o beijinho de boa noite, ainda que ele já esteja dormindo. Imagina quando é preciso viajar e não ter nem mesmo essa opção…

Não tenho filhos e não sei qual é a dor de ficar longe deles, mas sei que estar longe de quem se ama é realmente bastante chato.

Ah! Mas porque o pedido do maridão nessa história toda? Explico:

Eu vivia em uma casa cheia, com meus pais, dois irmãos, além dos cachorros e papagaios. Quando me casei, vim morar num bairro distante de lá e tive muita dificuldade de me adaptar com essa coisa de chegar e não ter aquele mundo de gente esperando pra jantar, os cachorros animados te recebendo… e pra piorar, o maridão também estava se adaptando a outra mudança em sua vida profissional, com um ritmo mais forte que exigia dele estar mais lá (no trabalho) do que aqui (em casa). Bom, aí ele foi percebendo que isso estava sendo duro pra mim e num dia antes de uma das viagens que ele foi fazer, me pediu pra ouvir essa música. Foi a maneira que ele encontrou para me dizer que entendia o que eu sentia e que também sofria por estar ausente.

Não foi ele que escreveu a letra, mas com a ajudinha da Marisa Monte, ele dedicou a mim… Estou há uma semana longe dele, que está mais uma vez viajando a trabalho. Mesmo com toda a tecnologia, a correria dele e a minha, além do fuso-horário, não nos permite falar com tanta freqüência.

Pra quem vivia rodeada de gente, chegar em casa e ficar sozinha é muito estranho… O trabalho tem me consumido tempo e preocupação suficiente para minimizar essa ausência e não posso negar, que meus amigos também tem se esmerado para me fazer companhia, mas depois que todos vão embora ou que volto pra casa, o que sobra mesmo, sou eu e minha cama. Ela (a cama), apesar de espaçosa e acolhedora nos dois primeiros dias em que você pode dormir atravessada e virar, revirar e espreguiçar a vontade, se torna grande demais para uma pessoa só e já não tem o mesmo poder de atração.

Enfim, quando ouvi essa música, a parte que mais me tocou foi: “Longe de você meu bem, longe da alegria, longe do nosso lar”.

Afinal…estar ao lado das pessoas que amamos, do lar que construímos com elas… Isso sim é tradução de alegria!!

História ou estória?

EStamos no final do ano e o meu rítmo acelera consideravelmente… Com isso, a Vitrola vai para uma rotação um pouco mais lenta, mas continuará tocando, com no mínimo uma música por semana na caixola de vocês! 

Essa semana, uma gringa pra variar um pouquinho.

Last Kiss (Pearl Jam)
Oh where, oh where, can my baby be?
The Lord took her away from me.
She’s gone to heaven so I’ve got to be good,
So I can see my baby when I leave this world.
 
We were out on a date in my daddy’s car,
We hadn’t driven very far.
There in the road straight ahead,
A car was stalled, the engine was dead.
I couldn’t stop, so I swerved to the right,
I’ll never forget the sound that night.
The screaming tires, the busting glass,
The painful scream that I heard last.
 
Oh where, oh where, can my baby be?
The Lord took her away from me.
She’s gone to heaven so I’ve got to be good,
So I can see my baby when I leave this world.
 
When I woke up, the rain was pouring down,
There were people standing all around.
Something warm flowing through my eyes,
But somehow I found my baby that night.
I lifted her head, she looked at me and said;
“Hold me darling just a little while.”
I held her close I kissed her – our last kiss,
I found the love that I knew I had missed.
Well now she’s gone even though I hold her tight,
I lost my love, my life that night.
 
Oh where, oh where, can my baby be?
The Lord took her away from me.
She’s gone to heaven so I’ve got to be good,
So I can see my baby when I leave this world.
 
Último Beijo
Oh, onde, onde estará o meu amor?
O senhor tirou-a de mim
Ela foi pro céu então, eu tenho que ser bonzinho, assim, verei meu amor, quando deixar este mundo
 
Nós saímos para namorar no carro do meu pai, não fomos muito longe
Lá na estrada, bem no meio um carro estava parado, com o motor fundido
Eu não pude parar, então desviei para a direita.
Eu nunca esqueçerei o som daquela noite
Pneus cantando, os vidros estourando
O grito de dor que eu ouvi, por último
 
Oh, onde? onde estará o meu amor?
O senhor tirou-a de mim. Ela foi pro céu então, eu tenho que ser bonzinho assim, verei meu amor, quando deixar este mundo
 
Quando acordei, a chuva caía. Havia muita gente em volta
Algo quente escorreu pelos meus olhos
Mas, de alguma forma, eu encontrei meu amor naquela noite.
Eu levantei sua cabeça, ela me olhou e disse: “Me abrace, querido, só por um pouco”. Eu a abracei forte e a beijei – nosso último beijo
Eu encontrei o amor que eu sabia que havia perdido
Bem, agora ela se foi, mesmo eu tendo abraçado-a com força, eu perdi meu amor, minha vida, naquela noite
 
Oh, onde? onde estará o meu amor?
O senhor tirou-a de mim. Ela foi pro céu então, eu tenho que ser bonzinho assim, verei meu amor, quando deixar este mundo
 

 Me lembro de ter ouvido essa música há bons 8 anos voltando do trabalho e sem prestar atenção na letra, pensei: “Nossa… essa música tem uma melodia tão boa! Arrisco dizer que a letra é linda, romântica e profunda”.

Quando cheguei em casa fiquei procurando na internet e fui pesquisar sobre a letra… já tinha ouvido mais de uma vez e sempre ficava com essa sensação boa da música, uma vontade de cantarolá-la bem alto, como se fosse uma declaração de amor. Bom, não dá pra dizer que ela não seja profunda… e, de certo modo, até romântica… mas uma coisa é certa: é completamente diferente do que eu imaginava! Hahaha

Resolvi falar sobre ela hoje porque ela é uma daquelas que eu tenho a nítida impressão de que a pessoa que a escreveu vivenciou o que colocou no papel. Se não for isso, vale dizer que ela cumpre o papel de trazer um tom de realidade. 

Essa letra me remete às paixões adolescentes e as fatalidades que, não por uma regra, nem por conseqüência, mas por pura coincidência acontecem todos os dias, tirando do nosso convívio pessoas que tanto tinham para viver. Um acidente de carro, que mata um, dois ou mais jovens que voltam de uma balada ou um cinema, ou simplesmente da casa do namorado (a)… aquela aventura que o casal diz para os pais que vai para um lugar e acaba indo pra outro e tanta desgraça acontece.  O caso mais clássico é o da menina Liana (estão lembrados?).

Essa música mostra com romantismo o último momento dessa garota do carro, seus sentimentos, um certo medo… Também a angustia e a esperança de quem ficou, para um possível reencontro.

Gosto e continuo gostando dela, da melodia e agora até da letra. Mas é impossível ouvi-la sem lamentar o ocorrido com os protagonistas dessa história toda, que nem mesmo sei se aconteceu de verdade… rsrs

P.S.: Last Kiss foi composta nos anos 60 pelo cantor Wayne Cochran. Pearl Jam regravou quatro décadas depois, em 1999, e a música se tornou o maior sucesso da banda.

Uma história musicada

O samba, que é tido como o ritmo nacional por excelência, geralmente trata da vida e do cotidiano de famílias e moradores da periferia em suas letras.

Não importa qual seja a sua preferência musical – e que fique claro que eu respeito o gosto de todos – mas é inegável que o samba é aquele estilo que combina com momentos de descontração, diversão com amigos etc. Estou falando de samba e não de pagode, sambas de carnaval ou outros genéricos.

E é justamente para trazer ao Vitrola na Caixola esse mesmo clima, que hoje eu comento uma música do Seu Jorge que eu A-D-O-R-O!

 

Vacilão

Seu Jorge

Se arrependimento matasse…mulher… mulher é um quilo bem pesado bicho!

Aquilo é que era mulher pra não me acordar cedo, saía da cama na ponta do pé
Só me chamava tarde sabia meu gosto, na bandeja café
Chocolate, biscoito, salada de fruta, suco de mamão
No almoço era filé mignon com arroz à la grega, batata corada e um vinho do bom
No jantar era a mesma fartura do almoço e ainda tinha opção
É mas dei mole ela me dispensou

…Cheguei em casa outra vez doidão…Briguei com a preta sem razão
…Quis comer arroz doce com quiabo…Botei sal na batida de limão

Dei lavagem ao macaco, banana pro porco, osso pro gato
Sardinha ao cachorro, cachaça pro pato
Entrei no chuveiro de terno e sapato, não queria papo

Fui lá no porão, peguei treisoitão, dei tiro na mão do próprio irmão que quis me segurar, ele consegui me desarmar

Fui pra rua de novo, entrei no velório pulando a janela xinguei o defunto, apaguei a vela
Cantei a viúva mulher de favela, dei um beijo nela
O bicho pegou a polícia chegou…

Ela não me quer mais

Aquilo é que era mulher pra não te acordar cedo, saía da cama na ponta do pé
Só te chamava tarde sabia teu gosto, na bandeja café
Chocolate, biscoito, salada de fruta…..suco de mamão
No almoço era filé mignon com arroz à la grega, batata corada e um vinho do bom
No jantar era a mesma fartura do almoço e ainda tinha opção
É mais deu mole ela dispensou você

 …Cheguei em casa outra vez doidão …Briguei com a preta sem razão
…Quis comer arroz doce com quiabo …Botei sal na batida de limão

 Deu lavagem ao macaco, banana pro porco, osso pro gato,  sardinha ao cachorro, cachaça pro pato
Entrei no chuveiro de terno e sapato, não queria papo

Foi lá no porão, pegou treisoitão deu tiro na mão do próprio irmão que quis te segurar, ele consegui me desarmar

Fui pra rua de novo, entrei no velório pulando a janela, xinguei o defunto, apaguei a vela
Cantei a viúva mulher de favela, dei um beijo nela, o bicho pegou a polícia chegou, um coro levou em cana entrou… Ela não me quer mais
Bem feito!

Para reforçar o meu “A-D-O-R-O”… essa música é cantada em dueto; outro ponto que me empolga na maioria das músicas.

Uma característica interessante das letras de samba é que como boa parte delas conta histórias, elas também estimulam a nossa imaginação. Com a descrição dos cenários e personagens, a história fica muito sua… peculiar.

Na minha versão para a música o vacilão é parecido com o Agostinho de “A grande família”- aquele seriado da Globo – na forma de se vestir. Ele usa camisa listrada com casaco xadrez por cima…. mas diferente do Agostinho, meu personagem tem um bigodinho comprido que fica sujo quando come e anda com um molho de chave pendurado no colar dourado que a mãe dele deu! Rsrs

A mulher dele é aquela mulher que apesar de dedicada ao marido, é vaidosa e se mantém “na moda” como suas finanças permitem. Já o irmão é aquele temporão, mais descolado, mas que tem o irmão mais velho como um pai.

Bom, os acontecimentos tem as imagens mais cômicas possíveis dentro dessa minha cabecinha fértil. A mais engraçada mesmo é quando o cara entra no velório, xinga o morto, apaga a vela e beija a viúva. Imagino um momento ‘solo’ desse personagem nesse momento, com diversas pessoas velando o morto na sala de uma casa, todos parados e estarrecidos, até que depois de ele fechar a cena com o beijo na viúva, todos saem da ‘paralizia’ e começa o maior furduncio!

Bom, pra finalizar minha versão cenográfica da história, vejo a esposa dele do outro lado da cela em que ele vai preso, com um salto bem alto, um vestido vermelho bem colado, maquiada e com o cabelo num estilo molhado, por conta do creme rinse, dizendo:

-Bem feito!

Ahhhhh…. uma verdadeira diversão em forma de música essa a nossa caixola!!

Espero que ela também tenha estimulado sua criatividade e você divida com a gente as principais características dos seus personagens e cenários!!

Bom final de semana e até a próxima!

A conquista da maturidade a cada novo passo

 

Tocando em Frente

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

 

Ando devagar porque já tive pressa, levo esse sorriso porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco sei, ou nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs

É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro levando a boiada eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou, estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs

É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, um dia a gente chega e no outro vai embora

Cada um de nos compõe a sua historia cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs

É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa, levo esse sorriso porque já chorei demais

Cada um de nos compõe a sua historia, cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz

 

 Essa música é linda. Sempre gostei da melodia e cantarolava especialmente quando viajava para uma chácara que a minha avó tinha em Ibiúna… Fazia essa relação Almir Sater x campo.

A Elô, que é uma leitora assídua do Vitrola na Caixola, me pediu para escrever sobre essa música. O  motivo para a escolha da letra só ela sabe, mas conhecendo-a como conheço, arrisco dizer que  a letra reflete um pouco do romantismo e otimismo com que ela mesma leva a vida.  

São poucas as pessoas que aprendem os ensinamentos que a vida nos traz nos momentos mais difíceis. O mais comum é mostrarmos toda a nossa incompreensão e o sentimento de injustiça. A dor muitas vezes nos torna seres humanos ingratos e irreconhecíveis. Se isso for momentâneo e nos servir de lição, ok, valeu para alguma coisa, mas se não for tirado um aprendizado disso, pode nos transformar em pessoas incrédulas, rancorosas e amargas.

No meu primeiro post, da música Paciência, do Lenine, falo um pouco sobre a coisa de ter pressa, da ansiedade e nessa música do Almir Sater, a melodia, o tom e a letra em si, trazem tanta propriedade para a canção. Acho que ele transmite uma tranquilidade…

“Ando devagar porque já tive pressa, levo esse sorriso porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe, só levo a certeza de que muito pouco sei, ou nada sei”…

“Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente”.

“Cada um de nos compõe a sua historia cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e ser feliz”

Quando escuto especialmente essas três estrofes acima, percebo uma maturidade que infelizmente – talvez seja algo inerente à vivência e idade de cada um – ainda não alcancei. Tenho aprendido todos os dias que muito pouco eu sei e em determinados assuntos, nada sei, por isso talvez ainda mantenha o senso de urgência para tudo o que faço e quero. Também considero a “urgência” algo relativo à minha vontade desenfreada de viver tudo o que tem pela frente, e entendo que isso vai mudando com o tempo. Então aprendemos que a urgência pode fazer mal e que a ansiedade que ela traz não é saudável. Nesse quesito, ainda tenho muito o que aprender. Mas posso dizer, que com ou sem pressa, meu sorriso está sempre estampado.

Acho inteligente a forma como Almir Sater resume a maneira de cumprir a vida: “compreender a marcha e ir tocando em frente”, mas como ele mesmo diz que cada um de nós compõe a sua história… acho também que a vida é mais leve quando a levamos com bom humor e com gratidão.

Nos momentos tristes, me permito chorar, desabafar, me sentir confusa e injustiçada por alguns momentos e até mesmo ter vontade de jogar tudo pro alto, mas retomo as rédeas do entendimento, estabeleço uma relação de lição e aprendizado, supero – na medida do possível, afinal sou frágil como qualquer ser humano – e vou tocando em frente.

E, tocar em frente exige movimentos…. é aquele passo que em alguns momentos se torna quase um salto e nos exige mais do que a toada da caminhada, é manter a paz interior e levar a paz aos outros mesmo quando tudo está do avesso, é a disciplina de todos os dias levar o ar que mantém vivo o amor – aos amigos, ao companheiro, à familia. Acho que Almir Sater diria:

 “É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir”.

Até a próxima!!

 

Por trás das flores

Flores

 

Composição : Tony Bellotto / Sérgio Britto / Charles Gavin / Paulo Miklos (Titãs)

Olhei até ficar cansado de ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado as flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados e o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado e embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados, há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas, o soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte, a dor vai fechar esses cortes
Flores, Flores
As flores de plástico não morrem

 

 

O louco dessa música é que, como eu,  você deve ter cantado várias vezes, empolgado, afinal tem um rítmo animado, muda o tom, o refrão é ótimo! Floooooores, floooooooores…. (Lembra meu tempo de escola, quando eu cantei em coro com uns amigos num daqueles momentos de furduncio, após saber que a professora faltou e que não tinha substituta…)…até o dia em que prestou atenção na letra e falou:

Caracas! O cara se matou!!!  Ele chorou pra caramba, não aguentou a dor, cortou os pulsos! As flores no telhado e embaixo do travesseiro, é no caixão!! Puuuuuuuuuuuuts!

Peguei carona com um amigo outro dia (o Paulinho) e ele colocou essa música, e devaneamos na letra! Rsrs Aquela vozinha mansa da Marisa Monte pra ajudar a gente a não prestar atenção em nada, só cantarolar!! Danadinha…Hahaha

Essa é uma característica do Titãs. Suas letras são bem ‘cantantes’, baladinhas mesmo, mas sempre reflexivas. Já falei aqui sobre a música “Não vou me adaptar”… que é outra ótima referência.

Costumo dizer que em algumas letras, tenho a nítida impressão de que a pessoa vivenciou tudo aquilo e resolveu colocar no papel, dar uma melodia… mas dessa vez, não acho que seja o caso…rsrs

Até mais!

Um peixe!

Atendendo ao pedido da Thais, Diogo e Macá, peguei essa música para dar uma olhadinha e…. Sexo.  Não consigo imaginar que essa música tenha algum outro significado que não a descrição metafórica de uma relação sexual!!

Borbulhas de Amor

Cantor: Fagner / Composição: Juan Luiz Guerra / Versão: Ferreira Gullar

Tenho um coração dividido entre a esperança e a razão
Tenho um coração bem melhor que não tivera…

Esse coração não consegue se conter ao ouvir tua voz
Pobre coração, sempre escravo da ternura…

Quem dera ser um peixe, para em teu límpido aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor prá te encantar
Passar a noite em claro dentro de ti…

Um peixe para enfeitar de corais tua cintura
Fazer silhuetas de amor à luz da lua
Saciar esta loucura dentro de ti…

Canta coração, que esta alma necessita de ilusão
Sonha coração, não te enchas de amargura…

Uma noite
Para unir-nos até o fim
Cara-cara, beijo a beijo
E viver para sempre dentro de ti…

Tudo bem, não se trata de um sexo desconectado do amor, já que ele introduz a música falando do seu dilema da esperança e razão, e do calafrio ao ouvir a voz da amada, mas sem dúvida alguma, a conexão da pele é o que fala mais alto. Essa coisa de passar a noite dentro de ti… mergulhar no seu aquário…. um peixe…. muuuuuuito complexo… Mas quando ele diz:  ‘Saciar esta loucura dentro de ti’, concluo: É sexo! rsrs

Ok, talvez esteja sendo superficial e o compositor tenha expressado de maneira profunda o seu sentimento, mas acho que assim como o tal “segredos de liquidificador” do Cazuza, as ‘borbulhas de amor’ estão inalcançáveis para meu entendimento…

P.S.: Vale dizer que o compositor dessa música, Juan Luis Guerra é um músico dominicado que viu as portas do mercado brasileiro se abrirem quando Fagner gravou sua composição, em 1991. Nesse mesmo ano, ele recebeu três prêmios da American Latin Music por melhor Álbum do Ano e Melhor Vídeo/Salsa. Com isso, Burbujas de Amor, foi uma das músicas que se tornou campeã de execução em todas as rádios da América Latina.

P.S.2: Fagner gravou essa música em 1991 no disco “Pedras que cantam” que recebeu disco de platina tripla na época por vender 750 mil exemplares. Borbulhas de Amor ficou oito meses nos primeiros lugares nas rádios do Brasil e Fagner ficou dois anos sem lançar um novo disco, desfrutando apenas do seu sucesso.

Até o próximo post (que entra na sexta-feira), que tal falarmos um pouco sobre essa letra?? Alguém tem alguma visão diferente pra ela?

Até mais!!